sábado, 11 de agosto de 2007

Puberdade





A lua era cheia, e brilhava no céu com uma intensidade invejável a qualquer outra noite de lua cheia. Nuvem alguma havia. Como um quadro, o clarão parecia estar prestes a parir a eternidade. E, na verdade, estava.
Sorrisos, risos, bocas, dentes, gargalhadas, gestos, música, álcool, tabaco, tudo se misturava com o ar daquele Sábado de verão, que ficaria marcado na memória de olhos totalmente embriagados de desejo.
- Ele está aqui!
O céu se abriu naquele instante. Nem chão, nem sensatez, nem insegurança resistiram. Apenas a luz metálica a escorava.
- Onde?
- Atrás de você e está me olhando enquanto falo contigo.
- Com uma blusa preta?
- Blusa preta e calça jeans. Ah!.... Aquela boca me pede...
- Controle-se!
- Vou até aquela boca que me pede com urgência!
- Você pirou? Ele está com ela.
- FODA-SE! Duvido que o coração dela bata como o meu está
batendo agora!
E a noite fez-se dia.