terça-feira, 6 de abril de 2010
III - De Ariana para Dionísio
.
A minha Casa é guardiã do meu corpo
E protetora de todas minhas ardências.
E transmuta em palavras
Paixão e veemência
E minha boca se faz fonte de prata
Ainda que eu grite à Casa que só existo
Para sorver a água da tua boca.
A minha Casa te lamenta,
E manda que eu te pergunte assim de frente:
A uma mulher que canta ensolarada
E que é sonora, múltipla, argonauta
Por que recusas amor e permanência?
.
(Ode descontínua e remota para flauta e oboé - Hilda Hilst)