domingo, 15 de novembro de 2009

Tudo falso.

E na mesa ao lado...

Alguém:
Eu-mundo, eu-você, eu-pessoas, eu-amigos...Olha, não sei atuar... Aqui, tudo é verdadeiro, tudo respira. Você existe mesmo?
Outro:
Minha parte boa falhou, deixando a alheia brilhar, como sempre foi...Aprendi assim.
Alguém:
Porra! Agora fiquei cinco vezes mais reflexiva...Pode ser uma verdade.
Outro:
Perdeu a chance de impedir que eu falasse tanta besteira.
Alguém:
É foda... Minha mente fica frenética e a mão acompanha.
Outro:
É porque você não tem medo de emoções... Sério que você acabou com os guardanapos da mesa?
Alguém:
Quem não entende, tem medo, receio, que fique pra trás...Dane-se!
Garçom, por favor, traga mais guardanapo!
Outro:
...A gente tinha acabado de cantar fofo, poxa...
Alguém:
É...Você me faz rir...Não quer saber qual idéia tive?
Outro:
Você vai deixar eu ler esses guardanapos?
Alguém:
São idéias soltas...Não consigo acreditar no que escrevo...mas acho importante todas as mentiras que leio.
Outro:
Farei justiça com seus olhos, perante minha falta.
Alguém:
Essa coisa de pensar demais é que fode a gente...
Outro:
Posso pedir a conta?
Alguém:
Essa música lhe cai bem...
Outro:
Talvez amanhã...Você ta babando no copo?
Alguém:
Qual é o problema?
Outro:
Primeiro que não me sinto assim e segundo que nunca vi isso de nenhuma das pessoas do meu convívio.
Alguém:
Você ta tão óbvio hoje!
Outro:
Isso vicia...To viciado! Sempre agreguei o que colhia no caminho, era quase uma obsessão de transformar humanidades em parte de mim.
Alguém:
Posso pedir a conta?
Outro:
Posso pedir a conta?
Alguém:
Não quer saber qual idéia tive?
Outro:
Cada frase, cada parágrafo terá uma resposta...mas, por enquanto...
Alguém:
Sobre minha superioridade, digo que...cara...na boa...quem é você?
Outro:
Distância nojenta, inimiga.
Alguém:
Só queria dizer que te amei.
Outro:
Você ta babando no copo?
Alguém:
Detesto dependências de qualquer natureza. Amor, amor, amor...isso é mó Caô!
Outro:
Rima imbecil...isso não faz sentido!
Alguém:
Você é burro?
Outro:
Por gentileza, daria pra você parar de babar no copo?
Alguém:
Meu coração ta palpitando.
Outro:
Posso pedir a conta?
Alguém:
Dessa forma, quem acaba perdendo é você.
Outro:
Só queria dizer que te amei.
Alguém:
Eu te falei que perdi minhas luvas no banheiro do aeroporto em Curitiba?
Outro:
Suas mãos reclamavam com o vento e ele dizia que a culpa era da temperatura e não dele. Ora,ora.
Alguém:
Teria sido o vento que a levou para aquecer outras mãos?
Outro:
Vou babar no meu copo também.
Alguém:
Você não precisa marcar sua existência... “Até breve” eu pude ouvir pelo cano de descarga. hahaha
Outro:
Você é mentirosa e leviana...não dá pra ouvir o barulho do banheiro daqui.
Alguém:
Instante de escolha: o que fazer?
Outro:
Garçom, a conta, por favor.
Alguém:
Diga que me ama.
Outro:
Só queria dizer que te amei...essa coisa de babar no copo é muito esquisita.
Alguém:
Eu gosto de escrever para coisas mortas. Eu te falei que escrevi um texto de 10 laudas sobre meu armário?
Outro:
Segure nave louca que sou pedra rolando...
Alguém:
Quiçá despencando...
Outro:
Nesse movimento de agora.
Alguém:
Essa música é imbecil...não, não...você é imbecil.
Outro:
Há muita sinceridade convivendo com todas essas pessoas.
Alguém:
Esse bar nunca fica vazio.
Outro:
Você é tão imatura!
Alguém:
Hahaha. Chega! Habito um latifúndio onde cada metro quadrado era cultivado com a mais alta tecnologia, mas ainda assim percebo que ele é improdutivo.
Outro:
Você mora numa franqueza que está zoneada demais.
Alguém:
Ta dizendo que sou incoerente?
Outro:
Preciso me desapegar de pessoas, limar sentimentos inúteis. Não há regras, mas chegou o dia da limpeza.
Alguém:
Você quer fazer sexo comigo?
Outro:
Vamos embora?
Alguém:
Que no-jo! Eu babei no copo.
Outro:
Vamos!
Alguém:
Não segura minha mão...as pessoas vão pensar que a gente vai transar.
Outro:
Você, por favor, não seja você.
Alguém:
Só queria dizer que te amo.

- Garçom, por favor.
- Pois não?
- Esse senhor que acabou de sair daqui, esse que estava sentado falando sozinho, é doente mental?
- Não. É poeta.