domingo, 8 de agosto de 2010

Ópios, Edens e Analgésicos

“O beijo meu vem com melado, decorado, cor de rosa”.

*Querido Leminski.
Essa vai para você, meu poeta.



Uma mulher sem beijo
É muito, muito, muito mais deselegante.
Caminha reto
Como se chegando na hora
Chegasse mais atrasada que agora

Não carrega peso algum
Tudo é ausência
O vazio não pesa
Apenas desorienta

Ópios, edens e analgésicos
Cubram a falta daquele beijo
Beijar ainda vai ser meu último grande feito.

Paraty II



É Paraty, é para mim.

Eu tenho a madrugada como companheira




Irreconhecível
Me procuro lenta
Nos teus escuros
Como te chamas, breu?
Tempo.

(Hilst, Hilda. Da morte, odes mínimas.)