sábado, 4 de outubro de 2008
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Eu sei que atrás deste universo de aparências, das diferenças todas, a esperança é preservada.
Nas xícaras sujas de ontem, o café de cada manhã é servido.
Mas existe uma palavra que eu não suporto ouvir, e dela não me conformo!
Eu acredito em tudo, mas eu quero você agora.
Eu te amo pelo que se repete e que nunca é igual:
Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes, pelas tuas loucuras todas.
Amo as tuas mãos mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas diante do teu jogo triste.
As nossas certezas sujas é aqui em casa que eu lavo, em meio ao sistema próprio de vida e morte.
Amo a tua alegria! E mesmo fora de si eu te amo pela tua essência, e até pelo que você poderia ter sido se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco.
Eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo quando sozinha bordo mais um poema de fim de semana
Eu te amo pelas nossas futuras rugas e pelas crianças que hão de ouvir as tuas ilusões perdidas, os teus sonhos inúteis, as tuas entradas, saídas e bandeiras.
Eu te amo desde os teus pés até o que te escapa.
Eu te amo de alma para alma e mais que as palavras, ainda que seja através delas que eu me defenda quando digo que te amo mais que o silêncio dos momentos difíceis...quando o próprio amor vacila.
(Voz: Maria Bethânia)